Fugaz momento
Ridiculamente procuro perseguir
as pegadas que deixas no ar
e tentar de todas as formas sentir
o aroma que se está a dissipar.
Todas as feridas que tenho em mim
conseguem abrandar a sua insistente latência
para me permitir uma dormência
de palavras abençoada.
Instintivamente procuro
as linhas que separam os nossos corpos
e na fusão da carne,
acto impossível da ilusão da mente,
encontro uma realidade finalmente conseguida.
Roço o meu corpo no teu
e tento ver se existes.
Soubesse eu quem és
e veria também se a mim resistes.
Sou sombra manchada de luz,
sou aquele que à loucura conduz,
sou um desejo que se tem à noite,
sou aquele que caminha ao lado da foice
e que olha, circunspecto,
vendo as linhas do desejo
que se desenham nas mentes etéreas
das almas concupiscentes
cujas grilhetas férreas
as têm dominadas.
Se o bater do relógio
te não engana,
soam as horas
de entrares na cama.
De te fazeres carne e sangue,
desejo e carência;
que te preencham
todos quantos queiras
na minha ausência.
Sinto a tua dependência
mesmo nas letras das cartas
e no perfume que derramas
sobre promessas insanas
de um amor eternamente condenado.
Depois, a pequena morte.
as pegadas que deixas no ar
e tentar de todas as formas sentir
o aroma que se está a dissipar.
Todas as feridas que tenho em mim
conseguem abrandar a sua insistente latência
para me permitir uma dormência
de palavras abençoada.
Instintivamente procuro
as linhas que separam os nossos corpos
e na fusão da carne,
acto impossível da ilusão da mente,
encontro uma realidade finalmente conseguida.
Roço o meu corpo no teu
e tento ver se existes.
Soubesse eu quem és
e veria também se a mim resistes.
Sou sombra manchada de luz,
sou aquele que à loucura conduz,
sou um desejo que se tem à noite,
sou aquele que caminha ao lado da foice
e que olha, circunspecto,
vendo as linhas do desejo
que se desenham nas mentes etéreas
das almas concupiscentes
cujas grilhetas férreas
as têm dominadas.
Se o bater do relógio
te não engana,
soam as horas
de entrares na cama.
De te fazeres carne e sangue,
desejo e carência;
que te preencham
todos quantos queiras
na minha ausência.
Sinto a tua dependência
mesmo nas letras das cartas
e no perfume que derramas
sobre promessas insanas
de um amor eternamente condenado.
Depois, a pequena morte.
5 Comments:
A beleza das tuas palavras conseguiu, como sempre, deixar-me a mim sem elas... E, também como sempre, um nó na garganta, um sorriso indeciso, uma admiração sem limites na alma... Uma vez mais, obrigado por compartilhares connosco esta beleza.
Fugaz momento...falas em dependência...momentos em que nos consumimos numa voragem de desejo, em que suprimos carências, o roçar dos corpos numa fusão de luz, luxúria e amor. Os corpos a tocarem-se na tentativa de permanecerem gravados infinitamente uns nos outros e o relógiod a vida a passar. Ficam as lembranças..desses fugazes momentos tao intensos que permanecem vivos nas labaredas da memória.
momentos de intensidade surreal, de fruição de uma paixão que explode no desejo carnal, que procura desesperada e loucamente o toque, que vive quando dois corpos se unem e partilham sensações...
Um poema de grande qualidade e veracidade também. (Claro... (=) Parabéns e continua!!!
Obrigado pelas vossas palavras, que me incentivam a continuar.
Prometeu
Não sei se já to disse, mas a maneira cmo escreves deixa-me babado..Só tu sabes dar-nos as palavras que não encontramos, graças à maneira simples como nos identificamos com elas...Continua assim, mano!
Tu Rockas!
"Eh, man..este tabaco élfico é demais!!"=P
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