março 01, 2005

Troca

Trocaste as minhas palavras
pelo som rumorejado lento
das cataratas do silêncio
que se entranha na alma
como narcótico que te acalma.

Disseste-te ferida pelas coisas
que te disse quando te feriste
e mostraste-te ofendida
pelas verdades que viste.
Trocaste então a vivência
em verdade vivida
pela decadência
da sombria mente comum esquecida.

Quiseste afastar-me;
colocaste espinhos na minha mão
e fizeste-me acariciar
a minha prórpia face,
ficando tu em júbilo
pela dor que a cega confiança provocara.
Traiste a verdade em que vivia
porque te julgaste aviltada
pela palavra alterada
de uma sonolência dormente de ilusão
para a realidade da situação.

Irias mais longe
e farias mais
se por fim eu não me rendesse
e substituísse
a inocência da nossa união
pela doce depravação
da eterna e dolorosa separação.

Iluminando teus passos me destruiste,
p'la minha escuridão cairás.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem, nem sei ao certo que palavras usar para descrever o poema.
Está lindo, revela muitos sentimentos e escreves muito bem mesmo.
Adorei!

9:07 da tarde  

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