janeiro 30, 2005

Excedente

Se pudesses olhar,
verias que eu estou caído.
Se pudesses escutar,
verias que choro sangue.
Se pudesses tocar,
sentirias a minha carne putrefacta.
Se pudesses cheirar,
saberias o aroma da Morte.
Se pudesses saborear,
eram lágrimas que beberias.

Insistes em ficar longe,
longe dos sentidos;
insistes em controlar a vontade
que tens de me sentir
perto de ti
e de me enrolar
no manto da noite fria
para te consolar as mágoas
de quem te não queria.

Fica então.
Morro eu
mas morrerás tu também
e no fim o que ficar
será para alimentar
a Terra Mãe.

3 Comments:

Blogger Luis said...

Excedente...
E eu acrescento: excelente!
Parabéns aos autores.
Ótima poesia aqui.

12:16 da manhã  
Blogger miklas said...

Acho que este poema está excelente(como o Luis disse), eu não vou explicar o que senti do poema porque é inexplicavel, é simplesmente brilhante, acho que este poema é dos melhores que eu já li neste blog e deixo aqui os versos que acho que resumem a nossa vida:

"e no fim o que ficar
será para alimentar
a Terra Mãe."

12:21 da manhã  
Blogger Fátima said...

és tu neste poema. toda a tua força, tudo o que te caracteriza....

3:05 da manhã  

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