janeiro 26, 2005

Espelho

Olha para a chuva que cai,
olha para o voo do pássaro negro,
olha para quem eras e quem és
e pensa se fazes cá algo!

Torna-te aquilo que eras:
mero estrume,
parte da terra.
Nega ao teu coração amarrado
o sofrimento de ser de amor privado
e toma nas mãos a faca fatal
entrando na recta final
de uma perdição ditada
por uma alma sempre amaldiçoada.

De que te serve continuares a respirar
se estás morto e enterrado?
Junta ao corpo a pútrida alma
para seres de facto finado.

5 Comments:

Blogger miklas said...

Bem isto é que foi uma mudança radical, mesmo sendo autores diferentes, e pelo vistos poemas de temas diferentes, vocês tem que saber mudar com mais jeitinho, então nos dois primeiros poemas um gajo fala de como comer uma gaja, errr... quero dizer fala do amor de uma gaja e agora vem logo a morte? A mudança é radical apesar de muitas vezes o amor e a morte estarem juntos, basta pensar no "Romeu & Julieta".

Agora falar em relação ao poema, gostei do "olha para o voo do pássaro negro" é mesmo o prenuncio de morte, acontece em muitos lados e depois de ler os dois versos seguintes fiquei logo com a sensação de que o poema não era sobre comer uma gaja(ups, lá estou eu com o comer a gaja, tenho que ir lanchar senão sai tudo mal) mas sim sobre algo mais negro.

O poema é um pouco macabro(humm macabro, tenho que ir tomar os comprimidos), só que tenho a dizer que não concordo totalmente, mas não posso deixar aqui o porque senão alguém que le-se este comentário iria ficar para ai 1 hora.

4:22 da tarde  
Blogger Daniel Cardoso said...

A vida é macabra.

6:43 da tarde  
Blogger Sophia said...

O desespero frio e gélido destas palavras assusta. São palavras de alguém que já desistiu de tudo, que não tem mais esperança. Alguém que já não vive, que apenas sobrevive enquanto espera a chegada da Noite Eterna, do oblívio final. É lindo, sem dúvida. Sombrio e obscuro, um verdadeiro poema da noite.

4:38 da tarde  
Blogger miklas said...

A vida pode ser macabra, mas depende da pessoa tornar a vida menos macabra e talve um pouco colorida, apesar do mundo em que vivemos não nos proporsionar isso, e é como eu digo, se a pessoa não for um pouco maluka não é ninguém.

11:26 da tarde  
Blogger miklas said...

Eu percebo a tua ideia, e isso é mostrado no poema teu poema sobre as máscaras e eu posso dizer que já usei muitas vezes máscaras, para mostrar felicidade mas que não era o que sentia eu admito isso, agora uso menos, porque se uma pessoa quiser ter um pouco de felicidade tem que mostrar a tristeza, mas há os casos em que se tem que usar máscaras senão é pior para quem está à volta e eu sei disso. Sobre as armas eu não tenho nada a dizer, tu disseste tudo, num mundo que os recursos cada vez mais são menos(este pedaço de texto ficou estranho, se calhar dei bacurada, mas isso não interessa) as pessoas lutam por eles e não só, também pela ganância e pelo poder, por isso neste mundo quem não tiver um pingo de maldade irá ser pisado por muita gente.

11:45 da manhã  

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