janeiro 27, 2005

Monstros

Cortes acidentais,
vozes mortais.
Vós dilacerais vossas almas
esperando que vos siga.

Gritos penetrantes,
dores lancinantes
e torturas de carrascos errantes:
tudo para me vergar a vós.

Não silenciarão mais esta voz,
que se tornará una apenas consigo mesma
na fortaleza da solidão
para lá da Lua sangrenta
de mau presságio prenha
que a todos atormenta
mas que minha alma aconselha.

Arrancar-vos-ei os dentes
com meus cotos ensaguentados,
pois só com braços amputados
me imobilizarão a pena.
Rasgar-vos-ei as essências de falsidade,
mostrarei ao mundo vossa monstruosidade.
Temei!

1 Comments:

Blogger miklas said...

Mais uma vez, um poema macabro, não quer dizer que não gosto, há sempre um lado sombrio em cada pessoa, e por isso já vi que esse lado sombrio está mais saido do autor deste dois ultimos poemas.

Vou dizer quais as partes que mais destacaram no poema, na minha reles opinião.

"Não silenciarão mais esta voz...", isto faz-me lembrar a ditadura, que parece que estava a reaparecer com o Santana e o Portas no governo(mas não falemos de politica).

"Temei!", acho que o terminar de um poema forte e macabro não poderia ter acentado melhor, acho que é uma única palavra que fala por si.

11:38 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home